domingo, 10 de junho de 2012

Adalberto Jung - O CORAÇÃO Navegador!

     Adalberto Jung, mais conhecido pelo codinome de "Seu Coração", nasceu aos 5 dias de março de 1906, em Feliz, na época município de São Sebastião do Caí. Residiu em Triunfo e depois por muitos anos na cidade de General Câmara. Aos 8 anos de idade, em 1914, iniciou suas atividades no ramo da navegação transportando laranjas e bergamotas, juntamente com o seu pai Alberto Jung, em barco a remo de Feliz, sua terra natal, para Porto Alegre, tornando-se posteriormente um grande empresário no ramo da Navegação.
     CORAÇÃO - Foi na infância que recebeu o apelido de sua Mãe, Dona Maria Jung, que o chamava quando menino de "Meu Coraçãozinho". Então, com o tempo, passaram também a lhe chamar de CORAÇÃO, SEU CORAÇÃO, TIO CORAÇÃO e VÔ CORAÇÃO.
E assim, tornou-se muito conhecido no Estado do Rio Grande do Sul como Adalberto Jung O Coração, sendo que até hoje muitos dizem que o seu apelido era porque tinha dois corações, um do lado esquerdo e outro do lado direito, outros pensavam que era porque tinha um bom coração, pois muitas vezes transportava e deixava viajar passageiros mesmo sem dinheiro. Na foto superior aparece o Seu Coração na cabine da Lancha Graúna e acima foto da referida lancha em melhor destaque.
     O seu primeiro barco a motor "Sutil" foi adquirido em 1920. Seu segundo barco denominado "Esperança" foi adquirido em 1927, nascendo a partir daí a Frota Esperança. O seu Coração era casado com a Dona Hilda Jung e tiveram sete filhos. São eles (foto ao lado): De Pé - Omero, Orélio, Orestes e Adalberto. Sentadas - Joventina, Maria Elça e Nanci, muitos netos e bisnetos. Para nossa satisfação, o filho Adalberto é assíduo frequentador das Confrarias do Gecanon.
     Em 1955, no Estaleiro Lauro Heberle da cidade São Jerônimo, foi construído a Lancha Graúna, sendo essa a mais conhecida de sua frota, que era comandado pelo próprio Adalberto Jung "Seu Coração". Este marinheiro e empresário após comandar várias viagens pelos Rios Taquarí e Jacuí, decidiu, em 1960, juntamente com a sua esposa Hilda Jung, fazer da cidade de General Câmara o seu Porto Seguro, onde criou os seus filhos e conviveu por muitos anos com os seus netos. Acima foto da família no aniversário da Dona Hilda.
     ADALBERTO JUNG "O CORAÇÃO", tornou-se no Estado do Rio Grande do Sul um grande empresário no ramo da Navegação de Transporte Fluviais de Passageiros e Mercadorias, que muito ajudou no desenvolvimento das populações ribeirinhas, situadas entre os municípios de General Câmara e Porto Alegre, que utilizavam as lanchas do Coração para se locomoverem até a Capital do Gaúcha ou dela para o interior, e também para o transporte de suas mercadorias.
     Suas lanchas tinham as seguintes denominações e comandantes: GRAÚNA - Comandante Adalberto Jung O Coração, LILA - Orelho Jung, CEARENSE - Adalberto Jung Filho, GUAPA - Osório Fernandes, e GAROTA - pilotada por funcionários. As lanchas tinham horários pré-definidos para sair tanto de General Câmara como de Porto Alegre, e enquanto uma ia descendo o rio, em determinado ponto cruzava por outra que vinha subindo.
     Os barcos na chaminé tinham desenhados 02 (dois) corações vermelhos como emblema da sua frota, eram compridos, de grande porte, e tinha duas carreiras de poltronas no seu interior, também dotadas com banheiros, cabine para o comandante e bar, onde era vendido lanches, salgados, café e bebidas para os passageiros. O bar da Graúna (copa) era comandada pelo seu João Quintian.
     As lanchas saiam de General Câmara com destino a Porto Alegre, passando pela Olaria, São Jerônimo, Triunfo, Estaleiro, Charqueadas, Colônia Penal, Porto Pedreira, Porto da Manga, que além de passageiros com destino a Porto Alegre, recolhia e transportava a mercadoria de pequenos produtores, tais como: tarros de leite, balaios com mandioca, milho verde, abóboras, frutas e outras mercadorias, deixados sobre trapiches às margens do rio.
     Era muito bonito de se ver nas décadas de 50, 60 e até o início de 70 as Lanchas do Seu Coração cruzar os Rios Taquarí e Jacuí, fazendo um grande bigode de água em sua proa e deixando ondas nas margens dos rios sacudindo a vegetação. Uma das últimas lanchas adquirida foi a BETÃNIA, que fora mandada construir pelo seu filho Orélio Jung. Assim como conheci e andei nas outras, conheci e também andei na Betânia, uma lancha bonita, enorme, possuía andar superior e tinha dois motores super-potentes. Até pouco tempo atrás, a Lancha Betânia e a Cearense, faziam ou ainda fazem, a travessia de passageiros em São José do Norte.
     O seu Adalberto Jung O Coração, foi um ilustre e importante empresário para a nossa cidade e nossa região. Ainda mais, foi um grande cidadão desta cidade, que através da sua frota movimentava nosso porto, gerou renda e empregos, realizando por longos anos a verdadeira história de General Câmara. A cidade vizinha de Triunfo reconhece e homenageou este cidadão, dando seu nome a uma rua, essa denominada de Rua Adalberto Jung (Coração), a partir do Rio Jacuí, no sentido Norte, até a Rua João Pereira da Silva. General Câmara também homenageou o Seu Coração, dando o seu nome a uma Rua na Vila Mandinho.  
     Até os dias atuais, da sua família, reside em General Câmara um dos seus sete filhos, ou melhor, sua filha Joventina (Jovem) Jung Quintian, o seu genro João Quintian, o seu neto João Adalberto Jung Quintian, que fora criado por ele e pela sua esposa Hilda, a sua neta Leonice, o seu neto Leandro Jung Quintian, familiares dos netos, bisnetos e dois tataranetos, estes filhos do casal Daniela e Pablo Della Nina.
     O sangue do ramo da navegação originário do Seu Coração, ainda corre nas veias do filho Adalberto Jung Filho e do neto João Adalberto Jung Quintian, nosso amigo e conterrâneo Joãozinho, empresário conhecido em nossa cidade e ex. zagueiro do GECANON, que reside na casa onde morava e pertenceu  ao seu Avô Coração!    

3 comentários:

  1. Meus Parabéns Fornari, texto e fotos do Vô Coração me emocionou!
    Abraço
    Yka

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  2. Que emoção ler essa matéria! Volta minha infância. Minha vó Celina, moradora de São Jerônimo, que fazia os pastéis. Meu vô Itamar, que ficava no Porto esperando as lanchas, acredito que era funcionario do Seu coração. Vou ver se minha tia tem alguma fotografia dessa época. Grata

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  3. Que legado deixou a família yunhg, as lanchas Betânia eu cearense e Lila, trabalharam muitos anos na travessia Rio Grande x São José do Norte 70 a 90, me as já não existem mais.

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