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CARNAVAL DE RUA 2015 TER OU NÃO TER, EIS A QUESTÃO?

Até poucos dias atrás nada estava definido, mas se depender esclusivamente da vontade da Prefeitura Municipal, never, jamé, ou melhor, este ano não. O Carnaval também é uma festa popular brasileira e como tal, depende da organização e do apoio do poder público, organização esta que pode ficar a cargo das escolas de samba ou dos blocos, mas para isto devem estar organizados e em condições de realizar o evento, onde nesse caso receberiam somente o apoio da Prefeitura Municipal.

Nos anos 80 os blocos carnavalescos de General Câmara chegaram muito próximo desta realidade. Não recebiam apoio financeiro da prefeitura, o carnaval estava no auge e eles eram mais organizados, pois o momento exigia isto dos blocos e de suas direções. As decisões do carnaval de rua nessa época eram tomadas em conjunto com os blocos. Por muitos anos, os eventos para a Escolha da Rainha do Carnaval foram organizados e promovidos pelos blocos, que lhes rendia bons recursos financeiros. Quem não lembra dos Fest's Samba?

A prefeitura passou também a organizar e estruturar melhor a passarela do samba. Resumidamente suas despesas ficava por conta dessa organização, alimentação e transporte de jurados, oriundos geralmente de Porto Alegre e premiação. Apoio financeiro  ou premiação em dinheiro não existia, mas os blocos eram compensados pelo apoio da sociedade em seus eventos e de alguns abnegados admiradores.

Nos últimos anos essas despesas ficaram reduzidas unicamente a organização, estruturação e enfeite da nova passarela do samba, instalação de banheiros químicos, seguranças e premiação. Porém, os blocos passaram a receber um apoio financeiro da prefeitura para participar do carnaval.

Nos dois últimos anos, efetivamente a contar do carnaval de 2014, uma nova realidade passou a ser exigida dos organizadores. Para instalar a arquibancada a prefeitura é obrigada a contratar engenheiro responsável pela estrutura, engenheiro resposnável pelos banheiros químicos e plano de prevenção contra-incêndio, incluindo brigadistas, extintores, projetos e aprovação dos bombeiros.

O CC Rei da Folia, um dos grandes do carnaval Gal. Camarense, não passou pela passarela do samba no carnaval de 2014. O Xalita foi e ainda é o bloco atualmente melhor preparado, mas será que está mesmo ambalado para o carnaval deste ano?   

Posso não ter entrado ou comentado melhores detalhes, mas fui claro sobre a seguinte questão: Quem deve decidir se sai ou não sai carnaval de rua na minha opinião são os blocos, evidente que para que isto aconteça eles devem estar organizados da melhor maneira possível. Não se vê mais o agito das costureiras, o tocar dos tambores, as grande promoções, a possibilidade de retorno do Rei, entre outras questões. Os blocos estão satisfeitos somente com o apoio financeiro do município, é bom, mas isso não basta, quem vai mostrar o quê para o povo na passarela do samba! As cartas estão postas a mesa, os blocos pela pouca organização já tomaram a sua decisão e deixou a conclusão para a prefeitura municipal. Ter ou não ter carnaval, eis a questão?

No carnaval do ano de 2014 o município teve um gasto direto de R$ 31.350,00 (trinta e um mil, trezentos e cinquenta reais) entre: Banda, segurança, engenheiros, blocos (R$ 6.000,00), cobertura, sonorização, enfeite e plano de prevenção. Ainda, o município fechou 2014 em situação financeira muito delicada e devendo muito para a nossa sociedade: arrumação das estradas, limpeza geral do município e canalização de boeiros!

Ao optar por fazer os Bailes de Carnaval no salão, em 2015, a prefeitura economizará um bom valor comparado as despesas do carnaval de 2014. Ainda, não haverá de ter mais do que 2 ou 3 blocos. Então, que se dê R$ 1.000,00 para cada o bloco e o restante dos R$ 6.000,00 que seja doado para a APAE, pois essa entidade precisa urgentemente construir sua própria escola e este valor será muito representativo aos seus interesses. Esta também é a opinião de muitos carnavalescos e de Diretores de Blocos!     

"Com pandeiro ou sem pandeiro,

Ê, ê, ê, ê, eu brinco,

Com dinheiro ou sem dinheiro,

Ê, ê, ê, ê, eu brinco."